terça-feira, 29 de novembro de 2011

Destino - Salvador Dali e Walt Disney

Em 1945/1946 começou a produção de Destino, filme onde Walt Disney transformava em desenho animado as obras e alucinações de Salvador Dali. Não consigo pensar numa dupla mais improvável e genial ao mesmo tempo.

O filme ficou parado e esquecido por muito tempo, 58 anos precisamente, quando uma alma iluminada encontrou esses materiais e resolveu finalizar o projeto e entregou prontinho em 2003.

O resultado é um curta de 6’30” completamente alucinante e maravilhoso! Assistam:

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A Pele que Habito–La Piel que Habito (Almodovar, 2011)

O filme me deixou tão maravilhada que até resolvi escrever aqui! Eu não podia simplesmente ignorar o fato e deixar passar batido. Senti necessidade de registro.

pelequehabito_1

Ficha técnica:

Elenco: Antonio Banderas, Elena Anaya, Marisa Paredes, Blanca Suárez, Jan Cornet, Bárbara Lennie.

Direção: Pedro Almodóvar

Baseado no romance Mygale, de Thierry Jonquet.

Gênero: Drama

Duração: 120 min.

Distribuidora: Paris Filmes

Estreia: 4 de Novembro de 2011

Sinopse: Richard Ledgard é um cirurgião plástico que após a morte da sua mulher num acidente de carro se interessa pela criação de uma pele com a qual poderia tê-la salvo. Doze anos depois, ele consegue cultivar esta pele em laboratório, aproveitando os avanços da ciência e atravessando campos proibidos como os da transgénese com seres humanos. No entanto, este não será o único delito que o cirurgião irá cometer.

É muito difícil fazer comentários sem dar dicas sobre o que acontece no filme, e esse é um filme que não se pode ter dicas. Qualquer informação extra dessa sinopse pode atrapalhar suas sensações e reações ao longo das cenas. Eu mesma fui assistir sabendo menos que a sinopse e foi bom demais! Cada momento uma surpresa, cada novidade revelada pela trama um surpreendente encantamento.

O filme é “pesado” como muita gente tinha me falado, a trama é muito louca, como deve-se esperar de um filme do Almodovar. Mas às vezes eu me pegava impressionada com a genialidade do cara ao longo do filme. É aquela coisa tipo: “como ele pensou nisso??!?!”. E claro, os cortes, recortes, closes, olhares, cores, figurinos e trilha sonora que só um filme do Almodovar te proporciona.

Eu não posso ser considerada uma fã, mas isso só porque vi poucos filmes. Esse é o terceiro que assisto, mas já é mais que o suficiente para identificar certos elementos e babar no que eu sei que tem a mão e o corpo todo do Almodovar para ter aquela aparência. Li em alguns lugares que nesse filme ele mudou um pouco o estilo, mas como uma evolução, um caminho natural de um gênio que não pode passar a vida fazendo “a mesma coisa”, que até na forma de mostrar sua identidade, criou uma maneira completamente nova. Mais sutil talvez, menos quente, mas por isso mesmo, deixando tudo mais assustador e tenso. É um drama de terror sem grandes sustos. Uma narrativa linear, mas de completo terror.

A trilha sonora é um show a parte, de Alberto Iglesias, parceiro antigo de Almodóvar. Nem sempre eu presto atenção nisso de primeira, as vezes só na segunda vez que vejo o filme é que me toco de sua importância, mas dessa vez ela foi tão perfeita que logo no início eu já tava impressionada com a forma que eu era guiada pela música. Como disse um crítico que eu li: “pontua os níveis de tensão que a trama alcança até o seu desfecho, quando o público já está impressionado por aquelas sequências tão ousadas e cruéis. A música é fator essencial para a construção da atmosfera da trama, que varia entre tensão, drama e até mesmo terror.” extraído de: http://cinemacomrapadura.com.br/criticas/237267/a-pele-que-habito-almodovar-reitera-seu-potencial-de-contar-grandes-historias/

Mas muito cuidado com as críticas, e textos por aí, quase todos dão mais informações do filme que você gostaria de saber, confie em mim. Se quiser outra opinião, essa crítica no link abaixo é tranquila, sem dicas e vale a pena ler: http://www.cinepop.com.br/criticas/pele-que-habito_102.htm

Pensei em linkar o trailer também, mas acabei de assitir e vi que dá dicas DEMAIS! Cuidado! rs!

Indico sem medo. Pode ser um pouco chocante, mas vale cada minutinho, cada centavo gasto no cinema. E veja num bom cinema, com uma tela grande e som de qualidade. Os closes, as cores, as expressões e principalmente a trilha sonora, merecem isso.